Pinceis

Instrumentos de magia para a pintura

Pincel é uma ferramenta indispensável à arte da pintura e da decoração. Ele é inerente à habilidade do artista, sendo o elemento de ligação entre a sua sensibilidade e a obra que realiza. Conforme dizia o Prof. Carlos Alberto Spina, com sua vasta experiência na arte de pintar porcelana, tela, aquarela, seda e outros, “o pincel é um verdadeiro instrumento de magia nos segredos da pintura”.

Para a escolha do pincel, o artista tem que observar diversos fatores e condições, como:

A natureza da superfície a ser pintada: lisa ou rugosa.

O material de que é constituída: vidro, madeira, seda, louça, porcelana, terracota…

A tinta a ser usada: aquarela, guache, óleo, esmalte, lustre…

O tamanho e o formato do pincel devem ser de acordo com o que se vai pintar: linha grossa ou fina, cheia ou pontilhada, acompanhando a sensibilidade da mão do artista.

Os Formatos
Há uma grande variedade de formatos e tamanhos de pincel, classificados pelos fabricantes por letras e números. Quanto ao formato, eles podem ser chatos ou redondos, ambos subdivididos em curtos, longos, planos, quadrados, chanfrados, língua de gato, leque. trincha, pituá, broxa e garfo.
Exemplo :

Constituição do pincel

Sendo a porcelana um material nobre, delicado e sensível, pincéis de cerdas duras como pelos de porco, de boi, de cavalo ou pônei são desaconselhados, porque riscam a superfície da porcelana, a qual é refletiva, o que impede determinados efeitos como pinceladas enfumaçadas, e para “pentear”.

Para a porcelana, são ideais os pincéis com pelos do esquilo vermelho. Dentre os tipos de pincel mais utilizados para pintura em porcelana, os “Pointers”. Os “Scrollers” e os “Liners” dão filetes precisos e muito importantes para pintura de árvores, galhos, pequenos detalhes e contornos.

Os “Borders” são normalmente utilizados para aplicação de ouro, e para filetar as bordas das peças. Os “Pituás” são como esfumaçadores usados para se obter efeitos de esponjados finos. Para seda pura e aquarela sobre papel, são recomendados os pincéis da linha “SOIE DE FRANCE”, confeccionados com pelos de esquilo azul, originário das regiões mais frias da Rússia. Eles têm a capacidade de carregar maior quantidade de tintas líquidas.

Além dos pelos de origem animal, temos os de fibras sintéticas, como: Nylon, Poliamidas e Poliéster. São filamentos finíssimos(0,10 a 0,07 mm).

Possuem características próprias. podendo ser finos ou grossos, completa mente lisos ou um pouco ásperos. Suas extremidades são cônicas, elásticas e de maior resistência que a dos pelos naturais. Os pincéis de cerdas sintéticas(de fibras brancas ou douradas) são recomendados para pintura em baixo esmalte, cerâmica, seda e outros tecidos. São ótimos para o trabalho com ouro liquido, aquarela e óleo.

Um iniciante na pintura de porcelana ou faiança deve utilizar-se de um pincel largo(ótimo para fundos e flores). um redondo do tipo Pointer e um para filetes(Fine Liner). De acordo com seu treinamento, com a habilidade que vai adquirindo, com o tipo de técnica e a modalidade que escolher, ele vai aos poucos se familiarizando com os vários formatos e tamanhos(numerações).

Os melhores pincéis do mundo para porcelana sem dúvida são os confeccionados com pelos de esquilo e de raposa (marta Kasan e Kolinski). Entre os países que produzem pinceis, além do Brasil, temos a China, Japao. Alemanha, França. Bielorussia, Lituania e Tailândia. De acordo com Ronaldo Dimitrow, dentre os fabricantes europeus a melhor qualidade está nos Pincéis Da Vinci, da cidade de Nuremberg, na Alemanha.

Todo pincel é constituído de três partes: os pelos, o cabo e a virola.

 O CABO é geralmente de madeira e seu comprimento, longo ou curto, depende da técnica a que se destina. É muito importante que sejam mantidos o equilíbrio e a estabilidade de cada pincel, respeitando-se a distância entre o artista e sua obra,

A VIROLA é o elemento de ligação dos pelos ao cabo, normalmente feita de alumínio polido, latão cromado, niquelado ou cobreado.

OS PELOS – A procedência dos pelos é fator determinante na qualidade do pincel. Sua confecção, tanto no Brasil como no exterior, obedece às mesmas normas. Assim, é possível se produzir aqui pincéis com as mesmas características dos produzidos em fabricas famosas, como a Rosenthal, a Hummel e a Meissem. Ronaldo Dimitrow disse-nos ter importado pincéis que são mais difíceis de encontrar no mercado brasileiro, quando exigidos para pinturas especiais.

Os melhores pelos são os extraídos do esquilo vermelho, da raposa e da marta. animais silvestres encontrados no Canadá, na Rússia e em países do mundo asiático. São os mais nobres por serem finos e macios. Os pincéis de pelo de marta são os mais raros e os mais valiosos. Os curtos têm 25 mm e os longos 50 mm. Os de marta vermelha, ou das doninhas, são curtos e muito finos. Os de marta russa são bastante indica dos para pintura artística e decoração, pois possuem grande capacidade de absorção de tintas.

Outros Pelos Também usados são:
De pônei: similar aos de camelo e normalmente usados para pincéis escolares.

De camelo: suaves e muito difundidos.
De orelha de boi: imita os pelos de marta. São finos e resistentes.

De cabra: em pincéis de segunda linha e também usados em maquiagem.

De cerdas de porco: fortes, flexíveis e duráveis. Indicados para tintas espessas, como óleo e acrílicas. Suas fibras têm terminais subdivididos, o que facilita a retenção das tintas. As cerdas dos porcos chineses são longas, sedosas e de melhor qualidade que as dos porcos tradicionais.

Cuidados e manutenção

A durabilidade do pincel, bem como a manutenção de sua qualidade, depende de certos cuidados que o artista deverá ter.
Sempre lave o pincel após o uso.
Não deixe secar a tinta no pincel. Mergulhe-o na água ou solvente e retire todos os resíduos de tinta.

  • Use o diluente adequado a cada tinta. Para as tintas à base de água, use água fria e sabão neutro. Para as tintas à base de óleo, a terebintina ou aguarrás. Em seguida, lave com água e sabão neutro e enxágue bem. Nunca use água quente, pois pode deformar os pelos ou cerdas. Durante a limpeza e lavagem, evite forçar o pincel, pois pode alargar sua base.
  • Após a limpeza, penteie-os com os dedos. Na secagem, mantenha-os em posição vertical (pelos para cima).
  • Não guarde pincéis molhados em embalagens fechadas.
  • O artista deve ter consciência de que um pincel de qualidade deve ser tratado com uma verdadeira joia que lhe pertence.

Artigo elaborado com a colaboração de:

Cassio Spina , Ronaldo Dimitrow , Silvia Aparecida Fernandes e o finado Urames Pires dos Santos que foi presidente da ABC-Associação Brasileira da Cerâmica.

artigo presente na edição n° 13 – Junho 2004 da Revista Mão na Massa

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